Importância da diagnose foliar na cultura da cana- de-açúcar

Importância da diagnose foliar na cultura da cana- de-açúcar

*Paulino F. de Souza é docente da Fatep Piracicaba. Possui licenciatura em Química,mestrado e doutorado em Ciências pela USP (Universidade de São Paulo).

A agricultura brasileira é muito sustentável, com elevada competitividade o qual
impulsiona o agronegócio na arrecadação da balança comercial. Já discutimos a
importância da química analítica na agricultura fazendo um paralelo com o diagnóstico
folia. Aqui, focaremos na cultura da cana-de-açúcar no Brasil o qual ocupa a posição
do maior produtor mundial, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB), com uma área agricultável de 8.634 mil hectares, voltada à atividade
sucroenergética.
Neste contexto não podemos esquecer de mencionar a liderança do país na produção
de etanol a partir da cana-de-açúcar, que oferta um combustível ecologicamente
correto, obtido por meio de uma fonte renovável e altamente sustentável, para os
mercados interno e externo. Mais importante ainda, não afeta a camada de ozônio, e
contribui para a redução de GEE, conhecido como gases do efeito estufa.
Não podemos esquecer de mencionar que o etanol combustível é um item importante
para a economia brasileira. Segundo a CONAB (Dezembro de 2018) os atuais preços de
açúcar (commodity) em queda no mercado internacional e a alta do dólar são eventos
que podem favorecer as unidades produtoras de etanol.
Para que o Brasil permaneça ocupando o posto de maior produtor mundial de cana-
de-açucar, a diagnose foliar foca à amostragem representativa utilizada qual
garante a qualidade dos canaviais. Ao se determinar a concentração dos elementos
presentes em uma folha ou em parte dela, obtém um diagnóstico do estado
nutricional da planta impactando na sua produtividade.
Em geral, a diagnose foliar baseia-se na determinação do teor de macro (N, P, K, Ca,
Mg e S) e de micronutrientes (Fe, Mn, B, Zn, Cu) presentes nas amostras de folhas-
diagnóstico da cultura.
A amostragem de folhas em cana-planta é feita entre quatro e seis meses após a
germinação, ao passo que em cana-soca é feita aos quatro meses após a brotação.

Recomenda-se coletar entre 20 e 30 folhas por talhão uniforme, sendo a folha dividida
em três partes, selecionando-se o terço médio com aproximadamente 30 cm.
Para cana-de-açúcar, a folha-diagnóstico é a primeira lâmina da haste ou barbela da
bainha conhecida como TVD (Top VisibleDewlap), ou folha +1 (Kuijper).
As folhas da cana-de-açúcar amostradas são transportadas para o laboratório de
química analítica e preparadas de acordo os procedimentos indicados.
Após os resultados obtidos por meio das determinações realizadas, decisões serão
tomadas com relação à nutrição foliar da cultura.