Marcia Nalesso Costa Harder é coordenadora do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba (Fatep). Possui mestrado e doutorado Ciências e pós-doutorado em Energia Nuclear Aplicada.
Por Marcia Nalesso Costa Harder
No dia 14 de abril, celebramos o Dia Mundial do Café, mas essa bebida é tão importante que possui outras duas datas de comemoração: o Dia Internacional do Café (1º de outubro) e o Dia Nacional do Café (24 de maio).
Trata-se de uma das bebidas conhecidas mais antigas do Planeta. Registros de seu consumo datam de mais de mil anos, sendo servida como oferenda para os deuses, na Antiguidade. Sua notoriedade desperta o interesse em pesquisas ao redor do mundo, que revelam que o consumo diário e moderado do café (entre três e quatro xícaras por dia) pode fazer muito bem à saúde humana, já que suas propriedades podem evitar o aparecimento de várias doenças, como o diabetes do adulto, o câncer de cólon, fígado e mama, doença de Parkinson, entre outras.
O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo somente para a água. É considerada estimulante por conta de seu principal constituinte: a cafeína, mas também é rica em vitamina B, antioxidantes naturais e sais minerais, como ferro, zinco, potássio e magnésio.
Outra característica bastante interessante é que, depois do petróleo, o café é o produto agrícola que mais movimenta a economia mundial. Além disso, movimenta outros setores de forma indireta, como por exemplo o da cafeína. Ele também serve de matéria-prima para outras indústrias, como a química, cosmética e farmacêutica.
O café veio importado da África e basicamente se classifica em duas espécies. As bebidas feitas com grãos de Arábica possuem em torno de 50% menos cafeína, mas com um sabor que é muito especial e delicado. Por isso, costumam ser indicados para a produção de linhas gourmet, muito em voga no Brasil. Outro tipo diz respeito aos grãos obtidos de uma variedade de café chamado de Robusta, cultivada em diversos países, inclusive no Brasil. Por apresentar mais cafeína, esse tipo de grão é indicado para quem prefere uma bebida forte e com gosto mais amargo. Por não possuir características mais delicadas, este tipo acaba sendo muito utilizado em versões instantâneas. Como se desenvolve com facilidade em regiões de clima adverso e apresenta maior resistência a pragas, a variedade é muito mais fácil e econômica de cultivar.
Além disso, existem as variedades de café que possuem frutos vermelhos (mais comum) e amarelos. Essa diferença de cor não influencia as características sensoriais e nem as nutricionais. Ainda assim, existem vários tipos de bebidas que podem ser encontradas no mercado: descafeinado, forte, extraforte, expresso, carioca, longo, curto. No entanto, na realidade, a bebida do café na sua concepção é mais parecida com o chá.
Os engenheiros agrônomos são os profissionais que sabem a melhor maneira de se produzir um bom café, da lavoura à produção da bebida. Também são os mais indicados a conduzir da forma mais adequada às diferentes variedades existentes.
Apesar do Brasil ser o principal produtor de café, o país é o segundo no ranking de consumo. Em primeiro lugar, estão os Estados Unidos, maiores apreciadores da bebida.
No ano de 2018, cerca de 3,4 milhões de sacas de café brasileiro foram exportadas, gerando algo em torno de US$ 471,65 milhões, resultado que auxiliou a impulsionar a economia nacional.
O café é uma bebida agradável que alimenta o corpo e aquece a alma, aproxima as pessoas e traz uma sensação de bem-estar (quando consumido adequadamente). Por todo esse aconchego, ao elogiar carinhosamente uma pessoa, a gente deveria dizer: “Nossa, você é tão café”!
*Marcia Nalesso Costa Harder é coordenadora do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba (Fatep). Possui mestrado e doutorado Ciências e pós-doutorado em Energia Nuclear Aplicada.